SOFIAS REAIS

Hoje o JB – que se transformou em jornal unicamente online há pouquíssimo tempo – me sai com a notícia pavorosa de que a Bahia tem a maior média global de mulheres assassinadas em 2010. Além do pavor com a notícia – que infelizmente não me surpreende – o impacto que isso me causou foi ainda maior pelo eco em quem estava para começar a ler o romance cujo relançamento de 20 anos ocorreu sábado passado: Atire em Sofia, de Sonia Coutinho. Apressei-me em terminar o necessário Ficção brasileira contemporânea, de Karl Erik Schollhammer, e me deitei com Sofia, de onde retiro em diálogo com a notícia do JB esse parágrafo:

Saber ser sozinha, a consciência de que não precisa fazer sexo quando não está com vontade. Saber ser sozinha, apreciar seu espaço, andar de um lado para o outro, satisfeita, num apartamento só seu. Saber ser sozinha, assumir sua própria excentricidade, elevando a vida à condição de sonho irreversível, sem volta, uma trip subjetiva que até lhe basta porque, ah, pesando tudo na balança, assim sozinha é quase sempre muito melhor. (p. 11)

Orlan e seu corpete-performance, em que cobrava dinheiro por um beijo

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