Resenha crítica sobre o livro 1/6 DE LARANJAS MECÂNICAS, BANANAS DE DINAMITE, de W.J.Solha, acaba de ser publicada na independentíssima DIVERSOS AFINS.

poesia, crítica, literatura
Resenha crítica sobre o livro 1/6 DE LARANJAS MECÂNICAS, BANANAS DE DINAMITE, de W.J.Solha, acaba de ser publicada na independentíssima DIVERSOS AFINS.
Depois de ler três livros de contos de Sidney Rocha – Matriuska, O destino das metáforas e Guerra de ninguém – fui ao romance Fernanflor. Pouco após o segundo capítulo, notei algo que ainda não tinha percebido nos anteriores (podem estar lá, eu que não havia atentado: a verificar) e que me pareceu um leitmotiv da narrativa de Sidney: a criação de provérbios e ditos que estilizam com uma aura popular sua narrativa, sem que necessariamente sejam meras apropriações ou imitações da linguagem popular. Há grande invenção neles, invenção a serviço da atmosfera narrativa.
Isso é destacado por Gonçalo M. Tavares no seu posfácio, ao afirmar que a narrativa de Sidney é feita de frases claras e límpidas, indo ao que interessa, sem pintar excessos desnecessários, sem construir espaços e tempos que se queiram verossímeis além do que é funcional na linguagem para construção da cena (algo que é característico do próprio Gonçalo). Sidney é nesse romance principalmente um autor de cenas breves, em que o fundo de cena parece sequer existir. Ou melhor, existe, mas não no texto, não no enredo, e sim no infinito entrelaçamento intertextual que Sidney produz com esse universo de frases prontas, ditos e pensamentos proverbiais da cultura popular, reconhecíveis ou não, aspeados ou não, reais ou não, originais ou não do autor. Pouco importa.
Por isso, sublinhei alguns: