SEM SAUDADES DO FUTURO
os pés cansados de seguir para o céu
viram-se de costas para o sol
de perfil para o sul
na linha transversal que atravessam por escrito
põem-se de pé no espaço e pairam sobre tudo
que amparo na esquina do mundo
atravessadores do acaso com que o tempo
menta a memória que não me ama
mas que eu amo e tramo deserto tamanho
em sabê-la menos que a hora, menos que a história
que a espera de um outrora sem saudades do futuro