Tenho postado pouco nas últimas semanas porque me mudei e ainda estou sem internet em casa. Mas é só dar as costas um pouco e algo aconteceu com o leiaute do blog. O que houve com a imagem do fundo? Encurtou sozinha? Bem, para reativar aos poucos essa relação, segue um poema inédito.
MEMÓRIA DA IMPUREZA
a corda bamba dança
balança sua lembrança
corda com que recorda
fotos que não são mortas
passado ainda quente
e vivo para sempre
corpo muito pesado
o fardo de um pecado
o tempo lembra lento
ainda habita dentro
não-lugar de fronteira
só – sem eira nem beira
estranho na cidade
nem escravo nem padre
nas grades da polícia
sua memória mestiça
recordação da corda
que no corpo incorpora
uma dança da história
que o arremessa pra fora