a avenida não conta o que se esconde nas
grandes pedras atrás do sonho dos motoristas
quase a mergulhar na prata que as águas
exibem extáticas; a avenida abafa as bocas
abertas ao que antes era o futuro além do
deslumbre que solicita às ladeiras uma cidade
que acaba em becos de esquecidos nomes;
a avenida não avança para depois de casarões
suspensos à espera dos que residem nas ruas
de rachaduras feitas com violência e amor e
vulneráveis ao desafio dos afetos ferem o
asfalto derrapante da avenida contorno