Você me perguntou e eu te respondo assim: tudo bem por hoje. Nada de digressões, além das que fortalecem. Só trabalho reto e direto – reescrever permanentemente. Como faço agora, em que não te escrevo nada de novo. Nunca escrevi, na verdade. Para você, para mim. Apenas te envio esses sinais sem muitos sentidos. Não busco originalidade, busco honestidade. Ouvi isso hoje e repito agora para você. Nada de novo. Percebe? Só para meus ouvidos no momento em que isso escutei. Também para você? Hoje pela primeira vez senti boas vibrações desde então. Quero mantê-las bem por perto. Quero ler sobre os estóicos. Quero praticar o cuidado de si na minha escrita. Você me ajuda? Pois você sabe, tudo isso é por você. Por seus olhos. Nada de novo, de novo… Pela atenção deles. Sua. Por isso cuido para que nada divirja demasiadamente. Minha escrita para você, sua escrita para mim. Afinal, quem escreve? Nada de novo. Na incerteza que acompanha linhas paralelas, vidas paralelas, algo aparece e as/nos atravessa. Não me sobressalto, desde que seja delicado. E a delicadeza é tudo de que preciso em momentos como esse, em que quase tudo está em minhas mãos. Isso você já sentiu? O estômago parado e rígido, como se vazio, respiração ofegante, olhos em rapid eye movement, como se em sonho. Mas isso atua, e sinto. Falam da força, da agressividade, da violência do repentino. Mas não importa, grandes chances trazem consigo grandes incertezas. Por isso tudo isso. Por você. E seus olhos. É assim mesmo. Não estranhe, pois não estranho. Entranho o que escrevo, e escrevo o que desejo, o que deseja o meu desejo. Sou-lhe sujeito em minha escrita. Daí que dela dependo para _______________. O mesmo com você, sei. Mas, sendo assim, quem escreve? E você, onde está agora?