Sempre que ouço criticarem o governo Lula, penso com meus botões: “eles não prestam politicamente, mas não quero me juntar aos que criticam para voltar ao poder, pois dele foram defenestrados”. Mas Collor, Sarney e Lula é demais pra mim. Ao invés de escolher novos nomes, como sugere uma campanha aí pela net, penso seriamente em votar num A bem grande com um círculo ao redor. O funcionalismo público vai bem, a economia vai muito bem, o país nunca foi tão bem na política internacional, vejo tantativas (sempre criticaveis, mas vejo) de mudar a educação, em criar um piso nacional mínimo para professores, etcetal. Mas endossar essa cultura política brasileira, co-irmã dos endeusados dribles do Garrincha, me cheira a prostituição. Prefiro um país careta, que não ganha nenhuma copa do mundo, que tem péssima música, mas com cidadãos sérios e comprometidos do que o da nossa esperteza, que vai dos campos de futebol aos mais escusos conchavos políticos. A cultura brasileira é uma só e a mesma, da ginga da capoeira e da música à ginga dos acordões políticos. Não existe uma boa e outra má. Não existe.