Um leopardo acelera sua máquina predadora
contra minha fome que morde, um antílope
na posição de presa foge veloz para minha vida,
um zangão à beira do gozo – à beira da morte,
à beira da abelha-rainha – sabe minha alegria,
força e destino. Tantos corpos no meu corpo,
tantos vôos no meu, tantas vidas, meu norte –
mestiço de impulso impuro. Na hora das coisas
cruéis, decisivo é haver ultrapassado
a planta carnívora do medo para flertar com
a alegria do mundo na sua fulgurante desaparição.