O mel do melhor é o nome da antologia de poemas de Waly Salomão. São os Cânticos dos cânticos de Salomão, assim como As flores das flores do mal, traduzidas pelo Guilherme de Almeida, e as Folhas das folhas da relva, traduzidas pelo Geir Campos. Dizia Sailormoon ser a melhor tradução da expressão em inglês “The best of”, comum para antologias de poemas, contos, canções e quetais. Daí que é fim de ano – festas, comidas, famílias, mais comidas, cadernetas a fechar, textos em aberto – e os jornalistas culturais se mobilizam para os incríveis lançamentos que mudaram a face do planeta no ano que se encerra. Cabe tudo: livros, filmes, propagandas, declarações, novas celebridades, retorno de antigas (do ano passado…) celebridades, vídeos bestas do Youtube, etc. Não sou crítico cultural, então me antecipo ao onanismo exibiciobesta não com o que foi lançado, mas com o que eu li, mudou minha vida e pode mudar a sua também… tudo para preencher este espaço mais parecido com o D. Sebastião do Pessoa – um cadáver adiado que procria.
* Isabel de Sá. “O brilho da lama”. Lisboa: & etc, 1999.
* Fabrício Corsaletti. “Esquimó”. SP: Cia das Letras, 2010.
* Manuel de Freitas. “Os infernos artificiais”. Lisboa: Frenesi, 2001.
* Antonio Lobo Antunes. “As naus”. Lisboa: D. Quixote, 1988.
* Alfred Döblin. “Berlin Alexanderplatz”. SP: Martins Fontes, 2009.
* Gonçalo M. Tavares. “A máquina de Joseph Walser”. SP: Cia das Letras, 2010.
* Louis-Ferdinand Céline. “Morte a crédito”. RJ: Nova Fronteira, 1982.
* Hal Foster. “The return of the real: the avant-garde at the end of the century”. Cambridge: MIT Press, 1996.
* Haquira Osakabe. “Fernando Pessoa: resposta à decadência”. Curitiba: Criar Edições, 2002.
PS: ano passado pensei, mas não citei, a decepção porque o autor estava (e continua) vivo. Este ano o autor já é adubo para flores do mal e afirmo que esperava muito de “Três tristes tigres”, do há poucos anos falecido Guillermo Cabrera Infante. Os anti-castristas não devem gostar, mas me pareceu uma paródia demasiado datada, como sói acontecer com a maioria das paródias. Perde a graça. Continuo, portanto, com Alejo Carpentier.
Oi Sandro!
Gostaria de saber se tu escreveste uma resenha sobre o livro “Negritude e Literatura na América Latina” de Zilá Bernd.
Obrigado e um bom 2011!
Uruguay
Caro Uruguay, não fui eu, não.
Abraços!