uma história da loucura à idade clássica dos quarenta
Aos quinze nos fascinam
aqueles que enlouquecem,
e buscamos um pouco desse tesouro,
enquanto no quarto ao lado
os pais se comem um ao outro
com inocentes pecados.
Aos vinte todos os dias
passeamos nossa loucura
(pais devidamente mortos)
por cidades satélites com suas ruas
penosamente percorridas
por pés anticartesianos.
Aos trinta ganhamos salário,
ensinamos nossa loucura
para alunos dogmáticos,
e descobrimos tipos sábios
cultivando suas certezas
com um sorriso fácil.
Aos quarenta vemos a loucura
com a máscara da razão pública,
e nos exilamos no térreo da torre
trancados do lado de fora,
eu e você, cultivando nossos clichês
como dois pesa-nervos.
opa!
Que tradução do que somos… parabéns