Limeira resolveu fazer letras quando não precisava. Ele foi meu aluno uma vez e se espantou de eu – professor – conhecê-lo como poeta. Sentia que tinha pouquíssimo a ensiná-lo, mas sempre foi de um respeito ímpar e contribuiu muitíssimo para as aulas, de um jeito que ele talvez não percebesse. Passei a admirá-lo também como homem. Na sua poesia, uma força incrível e uma capacidade de mobilizar som e sentido como poucos. Vê-lo falando seus poemas sempre foi um aprendizado. Não sei como me referir a ele na hierarquia do Candomblé, mas sei que era um verdadeiro sábio.