CURSO
POÉTICAS E POLÍTICAS DE VIDA E OBRA: POESIA E BIOPOLÍTICA.
Pretende-se investigar os conceitos de “vida” e “obra” em chave biopolítica – tal como pensada por Giorgio Agamben, atualizando o pensamento de W. Benjamin, H. Arendt, G. Deleuze e M. Foucault – através da forma de linguagem “poema”. Valendo-se de certas poéticas e poetas, Agamben busca a potência política da vida nos limites da sua própria impotência diante da lógica de produtividade tecnoeconômica. Ele também articula o conceito kojeveano-blanchotiano de désoeuvrement (inoperatividade) como ociosidade da obra e suspensão de toda atividade produtivista que confunda trabalho com obra e, por extensão, inoperatividade da vida que produz a obra enquanto trabalho. Por isso também se quer ao longo do curso pensar o conceito de inoperatividade da linguagem, articulando-o à “vida” e à “obra” através de poemas (“inoperatividade da língua”, segundo Agamben) pertencentes a diversos poetas, tais como Fernando Pessoa, Antonin Artaud, Paul Celan, Luiza Neto Jorge, Herberto Helder, Manoel de Barros, Ricardo Corona, Manuel de Freitas e Stéphane Mallarmé.
METODOLOGIA
Dinâmica das aulas
- Primeira parte com aula expositiva do professor
- Segunda parte com perguntas, questões, comentários e debate com *s alun+s
Avaliações
- 80%: UM ENSAIO (entre 09 e 15 páginas, tratando dos sujeitos literários de estudos e de suas desativações de “vida e obra”) A SER ENTREGUE NO ÚTIMO DIA DE AULA.
- 20% PONTUALIDADE, PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO COM LEITURA DOS TEXTOS.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
- PROFANAR A LITERATURA
- POEMA COMO INOPERATIVIDADE DA VIDA
- Biopolítica e criação: Agamben e Deleuze, Celan e Corona.
- Sobre/vivência: vida póstuma (Manuel de Freitas) e vida animal (Luiza Neto Jorge, Herberto Helder e Manoel de Barros).
- Vida como dessubjetivação: Pessoa e Helder.
- POEMA COMO INOPERATIVIDADE DA OBRA
- Arqueologias da obra: Arendt e Agamben
- “Morte” e “retorno” da obra-como-linguagem: Barthes e Durão
- O fim da obra: livro (Mallarmé), arquivo (Pessoa), loucura (Artaud).