Falo do que não existe
em nome do que não tem nome
que só por isso resiste
em mundo que se consome
Escrevo pelos que não leem
por isso não sei dizer
o que vai escrito nem
o que aqui poderia ser
Sei apenas o que erra
em minha língua estrangeira
que como eu não tem terra
identidade ou bandeira
e não sonha com abrigo
que gramático lhe dê
É clandestino o que digo
diretamente a você
que me lê sem entender
o que é nosso na bonita
aventura de saber
que a escrita é infinita.