o poeta expulso

Percebo agora ao meu lado, à beira do cais de pedra

que vai em direção à linha longínqua da Ilha,

o rosto mortal do poeta Carlos Anísio Melhor.

Do seu mundo de sussurros, as muitas mazelas

desta terra sem mitos são como surtos cósmicos

que o poeta sequestrou do seu astro animal.

Carlos Anísio Melhor, habitante da cidade falida

e da flor tornada bolor – do céu, do mar e da chuva

que retornam como fantasmas roídos pelo sal.