Abaixo, algumas proposições – necessariamente incompletas e fragmentárias – sobre fascismo e totalitarismo, que busquei listar para mim mesmo de modo a melhor entender o fascismo como um subtipo interno ao totalitarismo e pensar nos tempos que vivemos.
- O fascismo é racista, xenófobo e purista – divide para melhor se separar.
- O totalitarismo é universalista, totalizante e homogeneizador – divide para melhor conquistar.
- O fascismo suspeita, acusa e ataca quem pensa diferente por meio de uma alegria trágica (Nietzsche), que busca conservar algumas raízes morais por não acreditar que o progresso humano seja necessariamente para melhor.
- O totalitarismo suspeita, acusa e ataca a si mesmo naquilo que pensa diferente por meio de uma depressão melancólica (Freud), pois se mostra incapaz de seguir aquilo que dizem ser o progresso moral da humanidade.
- O fascismo é violento e quer eliminar adversários, agindo sobre seus corpos.
- O totalitarismo é violento e quer eliminar adversários, agindo sobre seus corpos e mentes.
- O fascismo diz falar em nome da massa: o representante é personalista.
- O totalitarismo se diz a voz da massa: o representante é difuso.
- O fascismo é reativo (reacionário) ao progresso, pois valoriza a conservação do “homem simples”, suas leis e valores: “Tradição, Família e Propriedade”.
- O totalitarismo valoriza o “homem simples”, mas para conduzi-lo a um “progresso moral” pela Lei ou pela “subversão revolucionária” da Lei.
- O fascismo vai ao passado para conservar “o que há de melhor no povo”.
- O totalitarismo vai ao passado para “conduzir o povo a um futuro melhor”.
- Ambos veem o “homem simples” como “trabalhador”, o que faz com que valorizem o trabalho como meio para a administração (não libertação) do humano – moral, social e política. Não importa se o trabalho é com a enxada em sua própria gleba ou atrás de uma máquina publicitária.